O Fenômeno Global do UGC e sua Força no Brasil
Em um mundo saturado por publicidade tradicional, o UGC desponta como uma alternativa autêutica, escalável e altamente eficaz.

Introdução
O conteúdo gerado por usuários (User-Generated Content, ou UGC) está revolucionando a forma como marcas se comunicam com seus públicos. Em um mundo saturado por publicidade tradicional, o UGC desponta como uma alternativa autêntica, escalável e altamente eficaz. Este artigo explora em profundidade a evolução desse mercado no mundo e no Brasil, trazendo insights valiosos, estatísticas atualizadas e exemplos reais de sucesso e fracasso.
Afinal, O Que é UGC?
UGC (User-Generated Content) refere-se a qualquer tipo de conteúdo – como fotos, vídeos, textos e resenhas – criado espontaneamente por consumidores e compartilhado em plataformas digitais. Esse tipo de material é muitas vezes utilizado por marcas para aumentar sua credibilidade e engajamento nas redes sociais.
Como Surgiu O Mercado UGC?
A popularização das redes sociais e plataformas de vídeo, como YouTube, Instagram e TikTok, abriu espaço para que consumidores se tornassem também criadores. O UGC surgiu organicamente, mas ganhou força com a crescente desconfiança dos consumidores frente à publicidade tradicional. Marcas perceberam que depoimentos e reviews espontâneos geram maior empatia e conversão.
Porque o UGC está Mudando a Forma Como se Faz Publicidade
Segundo estudo da Nielsen, 84% dos consumidores confiam mais em recomendações de pessoas comuns do que em propaganda institucional. O UGC humaniza a experiência da marca, gera prova social e é especialmente poderoso em plataformas visuais como TikTok e Instagram.
O UGC impacta diretamente:
- Confiança: 84% das pessoas confiam mais em recomendações de outros usuários do que em anúncios. (Nielsen)
- Conversão: Conteúdos com UGC têm 4,5% mais conversões em e-commerces.
- Engajamento: Posts com UGC recebem 28% mais engajamento do que os institucionais.
O Mercado UGC na China
Como começou
A China foi uma das pioneiras em integrar influenciadores e conteúdo gerado por usuários em plataformas como Weibo, Xiaohongshu e Douyin (versão chinesa do TikTok). A cultura de "compartilhar para influenciar" é profundamente enraizada no ecossistema digital chinês.
Tendências futuras na China
Com o avanço da IA e o uso de big data, a China está investindo em plataformas que conectam marcas diretamente a UGC creators em nichos altamente segmentados. Espera-se um crescimento no uso de live commerce e conteúdo interativo em realidade aumentada.
Em Resumo
- Live commerce com UGC híbrido (usuário + influenciador)
- Integração com IA para recomendação de produtos
- Gamificação e recompensa por engajamento
O Mercado UGC nos EUA
Como começou
Nos EUA, o UGC ganhou força com o crescimento do YouTube e dos blogs pessoais no início dos anos 2000. Campanhas como a da GoPro e Coca-Cola com a "Share a Coke" foram marcos importantes.
Tendências futuras nos EUA
O mercado norte-americano está cada vez mais profissionalizado. Plataformas como TikTok Creator Marketplace e micro-UGC (conteúdo super específico para pequenos públicos) estão em alta. A previsão é que o UGC movimente mais de US$ 10 bi nos EUA até 2027.
Em Resumo
- UGC hiperpersonalizado com dados de comportamento
- Co-criação com microinfluenciadores
- Marketplaces de criadores independentes
Quais São As Marcas Que Mais Usam UGC's no Mundo
As principais marcas globais que adotam o UGC como parte central de suas estratégias são:
- Nike: Incentiva consumidores a postarem suas histórias de superação com os produtos. O projeto "You Can't Stop Us" é um exemplo notável de compilação de UGC em uma narrativa inspiradora.
- Coca-Cola: Criadora da icônica campanha "Share a Coke", que colocou os nomes das pessoas nas garrafas para gerar compartilhamentos espontâneos.
- Apple: A campanha "Shot on iPhone" utiliza fotos tiradas por usuários reais para promover a qualidade da câmera dos seus dispositivos.
- Airbnb: Amplifica histórias autêuticas de anfitriões e hóspedes em suas redes sociais.
- GoPro: Sua essência está no UGC, com milhares de vídeos de aventura capturados por clientes.
- Starbucks: Estimula consumidores a compartilhar suas bebidas favoritas com hashtags como #RedCupContest.
3 Exemplos Virais de Sucesso com Marcas
- GoPro – Vídeo de resgate animal: um usuário filmou o resgate de um filhote de cão, gerando mais de 30 milhões de visualizações. A GoPro repostou, gerando aumento de 20% em engajamento na época.
- Coca-Cola – "Share a Coke": ao personalizar latas com nomes, consumidores compartilharam milhares de fotos espontaneamente.
- Lush – #LushLabs: convida usuários a criarem novos produtos em vídeos. O feedback é usado na concepção real.
3 Exemplos de Fracasso com UGC's
- McDonald's – #McDStories: ao incentivar usuários a contarem histórias, a maioria dos relatos eram negativos. A campanha virou um case clássico de crise de imagem.
- Calvin Klein – #MyCalvins: sem moderação ou curadoria inicial, muitos conteúdos ofensivos foram vinculados à hashtag, gerando problemas reputacionais.
- Pepsi – Kendall Jenner Ad: embora tecnicamente não UGC, a tentativa de apropriação de causas sociais por influenciadores foi recebida como insensível. Criou uma onda negativa espontânea nas redes.
O Mercado UGC no Brasil (2024 e 2025)
O Brasil é atualmente o 2º maior mercado global de Instagram e TikTok, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Isso cria o ambiente perfeito para que o UGC (User Generated Content, ou Conteúdo Gerado por Usuários) se torne uma ferramenta estratégica indispensável para marcas que desejam gerar prova social, engajamento autêntico e conversão real.
Segundo dados recentes da YOUPIX, o uso de UGC por marcas brasileiras cresceu 47% entre 2023 e 2024, com previsão de ultrapassar 60% até o final de 2025. Essa expansão não é por acaso: o conteúdo gerado por usuários se mostrou mais confiável, mais econômico e até 28% mais eficiente em engajamento do que os formatos tradicionais de publicidade, conforme apontado por estudos da BrandLovers e da inBeat Agency.
Além disso, uma pesquisa da Opinion Box revelou que 76% dos consumidores brasileiros confiam mais em recomendações de pessoas comuns do que em celebridades ou influenciadores pagos. Isso faz com que o UGC funcione como uma ponte direta entre marca e cliente, gerando confiança por meio da identificação emocional.
Outro ponto de destaque é a descentralização do conteúdo: criadores brasileiros estão cada vez mais segmentados por nicho, e o UGC se adapta perfeitamente a esse novo comportamento. Seja para públicos de beleza 40+, gamers iniciantes, casais maduros que viajam ou donos de pet, sempre há espaço para UGC hiperfocado, com maior chance de conversão do que campanhas genéricas.
Crescimento Impulsionado pela Creator Economy local
O movimento também está sendo impulsionado pelo crescimento da Creator Economy no Brasil, com novas plataformas, hubs criativos e agências ajudando criadores a monetizar conteúdos mesmo sem muitos seguidores. Ferramentas como BrandLovers, Noovid, Squid e Webedia Creators vêm conectando marcas a criadores de forma mais prática, transparente e escalável.
Além das grandes agências, surgem comunidades autônomas de UGC creators em grupos de WhatsApp, Telegram e Discord, que movimentam centenas de jobs mensais e geram uma nova economia informal — muitas vezes mais ágil que a tradicional publicidade digital.
Qual o Perfil dos Criadores Brasileiros
Perfil dos criadores brasileiros
O criador de UGC típico no Brasil se caracteriza por:
- Poder autêntico, não apenas audiência
- Não depende de muitos seguidores – o foco é na qualidade do conteúdo e na conexão real com o público-alvo embedsocial.
- Formato sob demanda
- Produz vídeos curtos (Reels, TikToks, stories, unboxings, depoimentos) com storytelling e demonstração prática, diretamente para uso da marca noovid.com.
- Nicho ou micro/nano-influência
- Muitos são micro ou nano-influenciadores, com públicos pequenos mas altamente engajados, o que gera maior custo-benefício e proximidade pt.wikipedia.org.
- Atuação por plataformas especializadas
- Utilizam marketplaces e plataformas (ex: Noovid, BrandLovers, Captions) que conectam criadores a campanhas com briefing, controle editorial e pagamento seguro brandlovers.ai.
- Idade média: 18 a 35 anos
- Canais mais usados: TikTok, Instagram, YouTube Shorts
- Segmentos mais comuns: moda, beleza, alimentação, tecnologia, maternidade
O Que Marcas Mais Procuram num UGC Creator
- Autenticidade e espontaneidade;
- Boa comunicação e narrativa;
- Produção de conteúdo com bom enquadramento e áudio;
- Engajamento real (comentários > curtidas).
Empresas e Setores Que Mais Utilizam UGC no Brasil
- Varejo (Magazine Luiza, Casas Bahia)
- Beleza e cosméticos (Natura, O Boticário)
- Alimentação (iFood, Nestlé)
- Educação online (Alura, Descomplica)

Por Que as Marcas Brasileiras Investem em UGC?
- Prova social poderosa: conteúdo de pessoas reais gera maior credibilidade e influência na decisão de compra tiktok.com.
- Conteúdo mais barato e rápido: evita grandes produções e permite escala com múltiplos criadores .
- Alta taxa de conversão: UGC pode aumentar conversões em até 30% e reduzir custos por clique, segundo dados de plataformas locais noovid.com.
Valores Praticados - Quanto Ganha um UGC Creator
Tipo de Conteúdo | Faixa de Valor Médio (2024) |
---|---|
Vídeo vertical 30s | R$ 250 a R$ 800 |
Unboxing + review | R$ 400 a R$ 1.500 |
Pacote com 3 vídeos | R$ 1.000 a R$ 3.500 |
Conteúdo em carrossel IG | R$ 300 a R$ 1.000 |
Fonte: UGC Stars, Squid, dados internos da YOUPIX.
5 Exemplos de Campanhas de Sucesso no Brasil
- Natura – #SouNatura
- A Natura, referência em marketing de causa, incentivou consumidoras e consultoras a compartilharem vídeos e fotos com o uso de seus produtos, vinculando histórias pessoais à hashtag #SouNatura. Segundo a própria marca, a taxa de engajamento das campanhas UGC superou os 8%, o que é considerado muito acima da média para o setor de cosméticos. Fonte: Think with Google Brasil.
- iFood – Reviews em vídeos espontâneos
- Aproveitando o buzz gerado organicamente, o iFood incorporou feedbacks e reviews de consumidores em suas redes sociais e campanhas pontuais. Essa estratégia elevou o NPS (Net Promoter Score) da marca em 12 pontos entre 2023 e 2024. A prática também serviu como pesquisa de experiência do cliente em tempo real.
- Reserva – Clientes modelando produtos
- Ao optar por fotos de clientes reais usando suas roupas no e-commerce, a Reserva humanizou sua comunicação e aumentou a taxa de conversão em até 18%, segundo estudo interno divulgado pela marca em seu blog oficial. Além disso, a iniciativa reforçou a diversidade, um valor-chave para o branding da empresa.
- Melissa – Ativações no TikTok
- A Melissa criou o desafio #MelissaVibes, incentivando usuários a criarem vídeos com looks criativos. A ação alcançou mais de 45 milhões de visualizações no TikTok e aumentou em 22% as buscas orgânicas pela marca no Google. Fonte: TikTok Business.
- Magazine Luiza – Influenciadores regionais
- Com o programa "Parceiros Magalu", a empresa registrou mais de 150 mil criadores regionais ativos em 2024. Essa tática descentralizada trouxe um aumento de 30% nas vendas via links personalizados em cidades fora dos grandes centros, democratizando o acesso ao e-commerce.
Tendências para o Mercado UGC no Brasil
- UGC B2B em expansão acelerada: Empresas SaaS como RD Station e TOTVS têm incentivado seus clientes corporativos a compartilharem cases e reviews via LinkedIn, transformando conteúdo técnico em storytelling humano. Esses relatos geram maior conversão em funis de vendas complexos.
- Plataformas de matchmaking como hubs estratégicos: Ferramentas como Squid, MField e Creators.LLC estão evoluindo de simples intermediadores para consultorias de performance criativa, com dashboards, A/B tests e métricas de ROI direto, de acordo com relatório da YOUPIX.
- IA como curadora de conteúdo eficiente: Startups como VOOOZER e Hubble Content usam algoritmos para ranquear vídeos UGC por autenticidade, CTR e aderência ao tom da marca. Isso reduz custos com curadoria manual e aumenta a assertividade das campanhas.
- UGC colaborativo em tempo real ganha força: Lives de review de produtos com criadores regionais têm batido recordes de conversão — especialmente no varejo. Em um estudo da eMarketer, 73% dos consumidores brasileiros afirmaram confiar mais em demonstrações ao vivo com usuários comuns do que em vídeos institucionais.
Insights Valiosos para Marcas e Criadores
Para marcas:
- 84% dos consumidores afirmam confiar mais em recomendações de pessoas comuns do que em publicidade tradicional. Fonte: Nielsen Global Trust in Advertising Report.
- Incentivar a liberdade criativa melhora em 47% a performance de conteúdo, segundo estudo da inBeat Agency.
Para criadores:
- Criadores que mantêm consistência temática e visual obtêm em média 35% mais engajamento. Nichos como finanças pessoais, maternidade e pets são os que mais crescem em UGC no Brasil.
- Segundo a Impression Digital, conteúdos com storytelling têm 22% mais tempo de visualização e 3x mais compartilhamentos.
Conclusão
O UGC já não é apenas uma tendência — é um novo alicerce da comunicação digital. No Brasil e no mundo, marcas que valorizam a voz do consumidor estão colhendo os frutos de uma conexão real e duradoura. Para criadores, é a chance de transformar autenticidade em carreira. E para marcas, a oportunidade de fazer marketing com verdade — e resultado.